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Tem que Ver: Fringe, a série que não tem medo de ser incrível

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Tenho que dizer que minha relação com Fringe não começou bem. Todo mundo gostou do piloto, menos eu. Vi mais dois episódios e achei repetitiva a fórmula de monstro da semana. Mas a série foi me conquistando com roteiros inventivos, uma dinâmica incrível entre os protagonistas e a impressionante coragem de seus criadores e roteiristas. Hoje, é uma das melhores séries dramáticas da disputadíssim TV americana.

Vamos à premissa num nível bem básico: uma agente é convocada por uma divisão nova do FBI que cuida de casos estranhos. Sua primeira missão é trazer para essa unidade um consultor científico: o brilhante Walter Bishop. Só que, para tê-lo por perto, ela precisa cumprir uma exigência: manter Walter sob a custódia do filho, Peter Bishop. Peter é um trambiqueiro que usa seu QI de 193 para aplicar todo tipo de golpe, sem restrição.

Walter é um gênio imbecil (ou pelo menos é isso que nos parece no início da série). Teve um colapso. Pirou. Passou 17 anos num sanatório. Peter é um con man. A protagonista Olivia, a agente interpretada pela limitadíssima Ana Torv, tem imensas dificuldades para se abrir para o mundo. É toda travadinha e sisuda.

A dinâmica é muito parecida com a de Arquivo X: toda semana algo estranho acontece e nossos heróis vão lá desvendar. Em Arquivo X, os heróis investigavam os casos meio que às escondidas ou à revelia de seus chefes. O grupo aqui foi formado justamente porque o comandante da divisão (o agente Broyles) detectou que havia um padrão de fatos estranhos acontecendo com muita frequência. Para Broyles isso indicaria um ponto de virada próximo: algo importante está para acontecer.

(agora, se você não quer saber o que acontece no final da primeira e da segunda temporadas, pare de ler)

Acontece que a série começa mesmo a dizer a que veio no final do primeiro ano, quando descobrimos que há um mundo paralelo ao nosso, que carrega algumas diferenças marcantes. Essa descoberta define a série. Tudo que virá depois tem a ver com isso.

Walter descobriu esse mundo paralelo décadas atrás e usando o que literalmente seria uma janela entre universos tentou descobrir de seu duplo, jocosamente chamado de Walternativo, a solução para uma enfermidade que está matando os Peter Bishop dos dois mundos. “Nosso” Peter morre e Walter, presenciando um erro cometido pelo Walternativo, resolve ir lá ele mesmo salvar o menino. É quando tudo vai degringolar. Ele acaba se vendo obrigado a sequestrar o Peternativo e trazê-lo para a nossa Terra.

Esse sequestro termina por criar uma anomalia que coloca os dois universos em rota de colisão. Nas duas terras, os dois Walters tentam achar uma forma de sua Terra se salvar de uma tragédia cósmica. Mas o Walternativo nunca foi parar num manicômio. E, modificado pela experiência do sequestro do filho, direcionou o seu gênio para o mal: quer destruir o outro universo. Pronto. O herói de um mundo é o vilão supremo do outro.

E tem mais, muito mais. Uma mitologia riquíssima, personagens memoráveis, casos absolutamente geniais. No terceiro ano, intercalou episódios lá e outros cá, numa forma audaciosa de contar as histórias dos personagens. O resultado é uma série que, como Lost em seus melhores momentos, não faz concessões à burrice ou à babaquice. Por Fringe ser tão corajosa, tão esperta e ousada, a Fox fez suspense quanto a renová-a. Mas acabou dizendo sim para um quarto ano, nos dois universos, fez questão de destacar. Mal posso esperar. Virou minha série preferida.


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